terça-feira, 1 de dezembro de 2009

POSSE PERFEITA




Querendo o homem que ali estava,
eu era a fêmea
a ronronar,
a gemer,
a pedir em sussurros
alento para o meu prazer.

Roupas a deslizar.
À flor da pele
os sentidos
eriçavam os pêlos.

O cedo,
a seda
e a sede
confundiam-se
na dialética louca das palavras.

O cedo perdeu-se na exatidão do tempo,
era chegada a hora
de suplantar os instintos
na orgia feérica sobre a seda
para saciar a sede
numa posse perfeita.



By Vânia Moraes

3 comentários:

T@CITO/XANADU disse...

Não há verso mais triste
Que essa sede pesada.
Não é de chuva a água:
È um tanto de mágoa
Em lágrima transformada.
A mágoa que escorre,
Dos olhos gerada...

Tácito

Perfeito essa posse, parabéns!

Tatiane Trajano disse...

Que palavras mais deliciosas..
Essa sede que devora!

ADOREI!

Beijos

Conversando com Pantoja disse...

Adorei essa poesia